A Ponte


 
“A ponte era o único caminho que conduzia aos mundos paralelos, somente os filhos do ar é que podiam ir a estes mundos sem ter, necessariamente, que cruzar a ponte. Todos os outros filhos dos deuses e os demais seres precisavam atravessá-la. Era uma ponte antiquíssima, construída pelos primeiros deuses. Era feita de troncos de uma árvore que só crescia no mundo superior. Havia outras árvores igualmente únicas e poderosas; esta, da qual se construiu a ponte, era chamada de árvore da vida e os pregos utilizados para pregar estes troncos gigantescos foram produzidos a partir do material do rio de metal derretido, as cordas que a amarravam eram extremamente resistentes, tinham sido tecidas com os cabelos de uma antiga deusa da Terra Sombria. O que separava os mundos paralelos era um tenebroso abismo, não era possível visualizar o seu fundo, visto que era infindavelmente profundo onde corria um rio de águas amargas. Somente poderia chegar a esta ponte quem estivesse nos domínios dos mundos superior ou inferior, mas os habitantes do mundo inferior precisavam de autorização dos deuses para atravessar a ponte e ter acesso aos mundos paralelos. Já os seres destes mundos paralelos não poderiam, de maneira alguma, chegar até lá, o portal era intransponível e não era visível a humanos. Agora os filhos do fogo teriam de ir até lá, fazer a perigosa travessia e chegar ao mundo paralelo onde Angak vivia e impedir que os seres do mundo inferior a alcançassem. Isso era imprescindível.” (Trecho do livro) 






Título: Mundos Paralelos - A ponte -
Autor: Rosana Ouriques
Ano: 2017
Editora: Insular
Número de páginas: 226
Compre: Insular






Crítica: Olá gente linda! Como andam vocês? Hoje vim aqui trazer uma resenha de um livro de uma autora parceira super fofa. A ponte é o primeiro livro de uma séria chamada Mundos Paralelos que será narrada em duas realidades paralelas, cada livro então vai terminar em dois finais e cada um deles vai levar a uma sequencia diferente da saga dos quatro mundos. Segue aí a sinopse da série para deixar vocês um pouquinho mais curiosos:

"Desde que o deus Uno se dividiu e se despedaçou, os mundos superior e inferior e seus respectivos seres lutavam para sobressaírem-se, obtendo o domínio dos mundos paralelos. Os que eram essencialmente bons queriam que o bem dominasse; os que eram essencialmente maus queriam que o mal reinasse, mas não era assim que deveria acontecer. Para que o equilíbrio fosse restaurado, tanto o bem quanto o mal eram necessários. A dualidade existia para que a harmonia fosse alcançada. O deus Uno havia se fragmentado para que cada partícula de sua essência pudesse alcançar o conhecimento e assim, evoluir. Na verdade não existiam opostos, apenas intensidades diferentes. O bem é tão somente o mal em sua menor intensidade; e o mal é igualmente o bem em seu menor grau, mas um não pode existir sem o outro. Ambos nasceram de uma mesma fonte. Ambos possuem a essência um do outro. Ambos são um."

     Por esse ser um primeiro livro de uma série grande, e com uma premissa tão diferente, nós temos uma história muito centrada em nos apresentar o mundo criado pela autora, todas as mitologias, deuses, crenças e funcionamentos desse mundo tão incrível que ela criou. E realmente são muitos...
     Logo no início conhecemos Angak, sua irmã Anahita e sua melhor amiga Maya. Angak é muito impetuosa e cheia de energia, com uma curiosidade grande que fazia observar todos ao seu redor, ela tinha uma habilidade que a maioria dos habitantes desses mundos desejavam ter: a segunda visão, que era como um portal que se abria entre os mundos paralelos por onde se podia ver fragmentos do passado.

"Os Mundos Paralelos não tinham consciência dos outros mundos, e de tudo o que existia de real, pois seguiam apenas e tão somente o que conseguiam ver ou compreender, estavam limitados por seus cinco sentidos. Possuíam o conhecimento de apenas quatro dimensões: largura, altura e profundidade no espaço, e o tempo."
     
     A escrita da autora é muito gostosa, o tempo todo sentia que estava lendo um livro de alta fantasia, e como todo o livro de alta fantasia que se preze nos temos trechos longos de descrições e explicações. Esse é um livro que não posso fazer uma resenha muito longa pois até um pouco mais da metade da história, a autora nos dá tantas informações, que seria meio impossível conseguir passar para vocês sem transcrever vários trechos da narrativa, praticamente transcrever todo o livro... Outra personagem importante que conhecemos e que vale bem a pena prestar atenção desde o início para não perder nada, é a Nandency, que foi uma sacerdotisa da terra e uma anciã, mas que foi expulsa do clã por desafiar os anciões, existia um boato que ela havia roubado um amuleto poderoso: um bracelete. 

" -Segundo a mitologia de nosso povo, é um bracelete que pertenceu aos deuses, e pelo que me consta, retém os poderes dos quatro deuses. O deus do fogo faz com que a pessoa seja capaz de transformar-se em um animal, o deus do ar da à pessoa a capacidade de voar, o deus da terra concede o poder de camuflar-se ficando praticamente invisível, e o deus da água da o poder de a pessoa se tornar translúcida adquirindo as propriedades das águas, sendo possível ainda vê-la, mas impossível tocá-la ou atingi-la de qualquer forma."


     Estou super ansiosa pela continuação, ainda mais com esses dois finais, tô doida para continuar com essa experiência e adentrar cada vez mais nesse mundo intrigante que a Rosana criou, e estou super curiosa como cada final vai seguir e como ela vai dar andamento a essa ideia. Então super recomendo para quem gosta de fantasia e está afim de uma experiência nova....
     Beijos e até a próxima gente bonita....